quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Será a religião a porta do céu ou do inferno?

Sei lá, esses dias estive pensando no grande emaranhado de religiões que encontramos no mundo. Não sei se é possível enumerá-las, podemos classificá-las como, protestantes, históricas, pentecostais, neopentecostais e por aí vai... Mas uma coisa me deixa encafifado e, nesse sentido, posso dizer que o preparo teológico na faculdade de teologia fez muita diferença. Refiro-me ao fato de haver tantas divisões no mundo religioso. Deus que me livre se todo o mundo fosse "crente", aliás, todo mundo é crente porque crê em alguma coisa, mas me refiro ao jargão "crente" usado no mundo evangélico. Ah, mais você que conhece um pouco da Bíblia deve se perguntar: "por que ele está dizendo isso se a Palavra de Deus diz no Salmo 33.12 que 'feliz é a nação cujo Deus é o Senhor!', e você me diz que Deus me livre se todo mundo fosse crente?". Realmente é isso que falei, você não entendeu errado; isso é nada mais que um processo da catarse, ou seja, colocar para fora tudo aquilo que pensamos. Quer saber? Não aguento ver mais os líderes religiosos, prencipalmente aqueles que não passaram por uma faculdade, nada de preconceito, mas a academia abre a visão para uma outra realidade possível. Cansei de ver pessoas que se intitulam como sendo "pastores", "apóstolos", "missionários", "Dr. Divindade" entre tantos outros, pregando um Evangelho de mentira, sem teologia e, muito menos a preocupação em mudar ou lutar por mudar a realidade das pessoas, principalmente no que tange ao contexto social. Chega de enganação!

Existem nessa mistura religiosa de crenças Igrejas sérias, comprometidas com o Reino e com o próximo, cito por exemplo, a Presbiteriana, Batista, Luterana, Metodista, os católicos, isso mesmo, não me refero a Igreja Católica e sim aos seus fieis, pois a história mostra como a igreja romana fez mal às pessoas. Quanto aos católicos, existem muita gente boa por aí, melhor que muitos crentes que não dão um bom testemunho e saem dando calotes por onde passam. Falo isso com conhecimento de causa.

Quando entrei para a faculdade de teologia tinha e, ainda tenho, a intenção de ajudar as pessoas a enxergarem uma outra possibilidade, fazer com que a própria pessoa descubra os caminhos, as decisões a serem tomadas. Não tenho e nunca quero ter uma receita pronta para resolver os problemas dos outros, mas voltanto ao início deste post, religião do latim religare, nada mais é que ligar o homem a Deus. Teologia é estudar as coisas a cerca de Deus. E quando estuda-se as coisas a cerca de Deus, nota-se principalmente que o Criador andou no meio do povo (os relatos bíblicos mostram isso). Não sei o porquê dessa "disputa religiosa" de quem tem o maior templo, qual a igreja com o maior número de membros etc... Há muitas coisas erradas nesse meio, aliás, diga-se de passagem, que das pouquíssimas vezes que Jesus entrou no templo (2), uma vez foi para chutar o pau da barraca mesmo (Jo 2. 13-22), ou seja, quando adulto derrubou as mesas dos cambistas que usurpavam o povo com a venda de animais para o sacrifício; e a outra vez quando criança foi com seus pais, mas não sei se ele não gostou do que viu e fugiu da presença de José e Maria (Lc 2). Fala verdade, se igreja fosse tão bom assim, Jesus teria construído um montão delas, no entanto ele preferiu anunciar o Reino de Deus na montanha (Mt 5), no caminho (Lc 24.13-35), à beira da praia quando encontra os pescadores e pedem para que eles possam seguí-lo, nas casas, enfim, deixo aqui para gente pensar: o Reino de Deus é para todos, sem distinção de raça, cor, sexo... A religião em si que quer viver isolada de tudo e todos  sem se preocupar com o lado social, sempre gera conflito, pelo menos é o temos visto no Oriente Médio.
 
Como pastor metodista me identifico com a teologia wesleyana que é um dos pilares desta Igreja. Concluo esse pequeno texto com três frases de John Wesley, fundador do metodismo no século XVIII:
  • "... o cristianismo é essencialmente uma religião social; e reduzi-la tão só a uma expressão solitária é destruí-la";  
  • "O Evangelho de Cristo não conhece outra religião que a social nem outra santidade que a santidade social. Este mandamento temos de Cristo, que o que ama a Deus, ame também ao seu irmão";
  • "Todo projeto para refazer a sociedade, que não se importa com a redenção do indivíduo, é inconcebível... E toda doutrina para salvar os pecadores, que não tem o propósito de transformá-la em guardiã contra o pecado social é inconcebível".
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